
Nossa mente funciona por ganhos e recompensas. Nosso cérebro busca as melhores formas de atuar para ter os melhores resultados. Como resultados, entendemos as recompensas.
Um caminho aprendido vai ser mantido, porque é sentido como o melhor caminho para a obtenção de satisfação.
Na infância, aprendemos como lidar com nossas angústias e nos sentirmos mais aliviados. Na fase adulta, as repetições acontecem, sem mesmo termos uma percepção de que poderia ser diferente. Isso ocorrendo, entendemos que nossa forma de obter satisfação é a partir daquela que menos nos deixa tensos. A satisfação buscada pode estar em qualquer tipo de objeto na realidade, mas vem de um objeto original que nos fez nos sentirmos mais calmos quando éramos crianças. Isso pode ser um objeto transicional ou então um objeto psíquico, o qual mantemos como referência, mas buscamos similares.
Assim, nosso cérebro só muda uma sinapse se encontrar um caminho mais satisfatório. Ou seja, só haverá mudança se houver uma percepção de ganho. Basta pensarmos o seguinte: "Quando crianças, comíamos papinha e era a melhor coisa que tínhamos. Ao comermos algo mais gostoso, pode até ser que comamos a papinha, mas algo mais gostoso vai ser requisitado pelo nosso cérebro".
Se você quer mudanças na sua vida, essa nova rotina a ser inserida precisa ser percebida pelo seu cérebro como mais satisfatória. Enquanto isso não ocorrer, seu estado psíquico e físico será mantido.
Na clínica, é a mesma coisa. Mesmo que seu analisando não saiba o que vem de seu inconsciente, isso ainda ditará as regras de como obter maior satisfação. Quando tornamos isso consciente e, mais ainda, entendido pelo analisando do porque de ocorrer, passa a não fazer sentido ou fazer mais sentido ainda.
É por isso que, muitas vezes, o analisando permanece na mesma situação e chamamos isso de ganho secundário. Para conduzir seu analisando a uma nova forma de viver, leve-o a perceber que a satisfação por permanecer onde está é menor do que a nova forma de viver. Mas mesmo que você fale diversas vezes, ele só vai conseguir ouvir, quando conseguir escutar... já que são coisas muito diferentes e temas para um próximo texto.
Até breve!
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