A construção do par analítico também exige um entendimento entre aquilo que ouvimos e aquilo que suportamos ouvir.

Muitas das falas do analisando poderão não ser percebidas pelo analista, pois pode ser algo que seu Ego também bloqueará o entendimento. Dessa forma, análise pessoal é a melhor ferramenta para o analista.
Além disso, a escuta do analista não deve ser no significado trazido de forma literal pelo analisando. Ela deve ser pautada em algo além das palavras, além daquele simples conteúdo e daquele simples propósito.
O analisando usará de metáforas e transformações dos termos para substituir o conteúdo original, quando este não é impedido de vir para a consciência, ocorrendo um deslocamento. A atenção do analista deve ir além destas palavras que tomam a frente e compreender o que o analisando está querendo dizer, a partir de seu inconsciente.
Portanto, escutar no setting analítico é mais do que simplesmente receber um conteúdo. É conseguir compreender o que o analisando não está conseguindo compreender. E com isso, poder trazer para ele aquilo que ele não está conseguindo escutar sobre si mesmo.
O conteúdo mais importante não está nas palavras, mas sim naquilo que elas representam!
Boa escuta!
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