Para a psicanálise viver o luto ou enfrentar processos de perdas ocorre após um evento traumático que envolve perdas, alguém ou algo.
O luto é cumulativo, perder uma pessoa querida, perder o trabalho, perder um lugar...
Hoje escrevo sobre o luto de um ente querido.
O luto é doloroso, porém, faz parte da vida, em algum momento todos vamos estar frente a frente com a dor de perder alguém.
Como suportar/enfrentar o luto?
Não se esqueça nesse processo cada um tem o seu tempo de elaboração, baseado em singularidades.
Inicialmente o processo é negar...não pode ter acontecido, não quero acreditar!
Depois...Viver a perda, parte dolorosa, sentir a dor da despedida.
Nesse longo caminho, em alguns momentos conseguimos olhar e começar a identificar a perda, aqui é comum a procurar pelo ente querido, onde ele/ela está?
Chegamos aos questionamentos, "por que aconteceu?" Depois com profundidade permita-se perguntar onde eu me vejo naquela pessoa que não está mais ao meu lado? Onde ela está em mim? O que eu ainda tenho dela, o quanto dela eu quero manter.
Muitos sentimentos são companheiros dos enlutados...saudades, culpa e dor, são apenas alguns deles, por isso é preciso conceder permissão as emoções, sentir saudade, ficar com raiva, olhar para a dor, lidar tristeza.
O luto é um processo onde o sofrimento é por ausência. É uma dor completa, física e mental.
Muitos processos são vivenciados pelos enlutados.
Durante a vivência do luto é preciso autorizar a partida, olhar e perceber que o sofrimento não é por quem ou aquilo que eu perdi, o sofrimento é pelo que não foi vivido pelo interrompido.
Existem as lembranças. Não faça delas um recanto de sofrimento, mas um lugar onde é possível visitar, não de moradia.
Na análise descobre-se que o luto não é sobre aquele que se foi, mas sobre quem ficou.
Sobre a autora:
Carina Camacho
Psicanalista
Instagram: carina.camacho_psicanalista
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