
A ansiedade é um sentimento normal e conhecido por todos nós. No entanto, a depender da dose, pode ser considerado patológico e atrapalhar bastante a vida de quem sente.
Para entendermos melhor, vamos ao significado da palavra. A palavra "ansiedade" tem origem no latim anxietas, que significa “angústia", "ansiedade”, de anxius = “perturbado", "pouco à vontade”, de anguere = “apertar", "sufocar”.
Por outro lado, no dicionário da língua portuguesa, é definido como: grande mal-estar físico e psíquico; aflição, agonia. Também pode ser definido como um desejo veemente e impaciente.
Sendo assim, a ansiedade pode ser definida como um estado psíquico de apreensão ou medo, provocado pela antecipação de acontecimento de uma situação desagradável ou perigosa.
Aqui, já vemos um ponto importante, porque geralmente esse sentimento nos acomete quando tentamos controlar situações que ainda não aconteceram. Sendo assim, sofremos por antecipação. Porém, o fato de estarmos ansiosos não muda em nada o curso natural das coisas.
A ansiedade é provocada por acontecimentos externos e conflitos internos. Ou seja, pode ser de natureza biológica ou psicológica. Por isso mesmo, pode ter não apenas um fator desencadeante.
Importante dizer que, até certo ponto, essa é uma reação útil. Até porque, ela nos ajuda a nos adaptarmos e reagirmos diante das situações da vida. Principalmente àquelas que nos provocam medo ou expectativa.
Todavia, a ansiedade torna-se patológica quando atinge um grau extremo e começa a interferir na qualidade de vida do sujeito. Importante dizer que o modo de vida do ser da contemporaneidade interfere muito nos comportamentos ansiosos, já que somos convocados durante todo o tempo a dar mais do que temos. Seja através de demandas de consumo excessivo de produtos, seja pela demanda de sermos bem sucedidos ou até parecermos sempre felizes. Essas demandas aumentam deveras os comportamentos ansiosos do sujeito moderno.
Por isso mesmo, as doenças psicossomáticas assolam nos dias atuais. Por consequência, nunca se consumiu tantoos medicamentos ansiolíticos. Como se manifestam os estados ansiosos patológicos? Vamos ver a seguir.
Geralmente, a ansiedade patológica vem acompanhada por sintomas de tensão, em que o foco de perigo antecipado pode ser real ou não. Ou seja, o que vale mesmo é o que a pessoa sente como real. Independente de, aparentemente, estar tudo “bem”. No entanto, existem algumas causas reais, como por exemplo o hipertiroidismo.
Normalmente, as formas de manifestações da ansiedade patológica são diversas. Posso citar algumas: Ansiedade generalizada; Crises de pânico; Fobias; Comportamentos obsessivos-compulsivos; Depressão, entre outras. Para que fique mais claro, vou tentar explicar cada uma destas manifestações a seguir.
A Ansiedade Generalizada seria uma preocupação excessiva e irreal perante situações rotineiras da vida, como por exemplo, com os pequenos problemas do cotidiano. Já as Fobias são caracterizadas por um medo irracional e excessivo de objetos ou situações. Outra forma de manifestação da ansiedade é a crise de pânico.
Usualmente, as crises de pânico são acompanhadas de sintomas físicos, como: taquicardia, sudorese, dores de cabeça, formigamento nos membros, ou até medo de morrer ou sensação de morte. Ou seja, tudo leva a crer que o sujeito vai morrer. E isso aumenta a angústia e potencializa os sintomas. Então, a pessoa passa a adotar comportamentos evitativos, o que limita a sua vida. Ou seja, se ele tem uma crise dentro do carro, passará a evitar andar de carro.
Como as crises independem de onde o sujeito esteja, ele vai continuar sendo acometido pelos sintomas. Então ele passará gradativamente a evitar ter contato com qualquer agente externo, que provoque a crise. O que ele não sabe é que as causas desencadeastes das crises são internas. Ou seja, independem de fatores externos.
Pensamentos Compulsivos: são caracterizados pela presença de ideias e pensamentos recorrentes, que a pessoa não consegue controlar. Importante dizer, que hoje existe muita confusão com o termo depressão. Ou seja, não se pode mais ficar triste, nem no luto. A exigência de alegria constante deve ser cumprida. Portanto, a tristeza é logo diagnosticada como depressão. Isso é um crime!
Depressão é um estado de tristeza profunda e sem causa que a justifique, que se prolonga por mais ou menos dois meses.
Associado a isso, além de a tristeza não passar, começam a surgir sentimentos de apatia, indiferença, desesperança, falta de perspectivas ou prazer pela vida. Inclusive levando a riscos de suicídio. Por isso mesmo, deve ser tratada!
O tratamento da ansiedade patológica, deve ser através do tratamento da causa inconsciente. Ou seja, através da psicanálise e psicoterapia, porque o que a pessoa precisa é ser escutada! Em casos específicos, deve ser associado ao uso de medicamentos antidepressivos.
O fundamental mesmo é que a pessoa saiba que se o corpo adoece, é porque os seus limites foram ultrapassados. Portanto, é melhor tentar se escutar, antes que o corpo precise adoecer para que você preste atenção nele.
Sobre a autora:
Rosângela Matos
Psicanalista (com Mestrado), Escritora, Palestrante, Conferencista, MBA Gestão de Pessoas, Lideranças, Carreiras e Coaching e Terapeuta quântica.
Instagram: @rosangelamta
Yorumlar