É notório que, na Psicanálise, não direcionamos as sessões para aquilo que nós desejamo

s, queremos ou pensamos sobre nossos analisandos. Na verdade, conduzimos apenas a conversa, trazendo à tona muitas falas que os próprios analisandos não conseguem escutar deles mesmos.
As palavras surgem do inconsciente e são despejadas na sessão, mas nem sempre de forma consciente. Os sintomas vão sendo trabalhados e amenizados e aquela pessoa que iniciou a sessão dá lugar para uma nova pessoa que passa a enfrentar seus conflitos de forma diferente. Tudo isso nos mostra que existe uma transformação no modo de ser - a maneira de agir e encarar a realidade vai mudando com o tempo, pois coisas que eram difíceis até mesmo de dizer antes, agora passam a ser ditas livremente, sem o medo anterior, porque o Ego não tem mais necessidade de interferir.
Agora, tem um momento da análise que acontece e as pessoas nem percebem. Este momento é o engajamento!
Podemos dizer que o engajamento na Psicanálise pode ocorrer quando uma pessoa se sente bem no setting, se sente à vontade para falar, para se manifestar e poder dizer tudo que lhe vem à mente. Esse engajamento passa até mesmo desapercebido. Quando se vê, já se está falando tudo que lhe vem à mente.
Portanto, quanto mais você permitir que uma pessoa fale livremente, sem qualquer tipo de restrição, sem qualquer tipo de julgamento, mais ela vai se sentir engajada. De que tipo de restrição e julgamento estamos falando? Seria do analista? Nem sempre... pois a maior restrição e julgamento vem do próprio analisando.
Cabe aqui uma reflexão! O que deve vir antes da associação livre? Como quebrar a barreira da resistência do próprio analisando em relação a sua própria fala? Como ser livre para falar?
Este é um tema para outro texto do blog! Fica engajado aqui e logo será postado!
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