A “übertragung”.
A “übertragung” - transferência -, segundo Laplanche e Pontalis (2001), “designa o processo pelo qual os desejos inconscientes se atualizam sobre determinados objetos no quadro de um certo tipo de relação estabelecida com eles e, eminentemente, no quadro da relação analítica. Trata-se de uma repetição de protótipos infantis vivida com um sentimento de atualidade acentuada”.
A transferência – ou fenômeno transferencial – ocorre quando o paciente passa a “vivenciar” na pessoa do psicanalista suas próprias questões de conteúdo psíquico reprimido ou recalcado.
De obstáculo a componente essencial no tripé da psicanálise
Inicialmente, Freud encarou a transferência somente como uma forma de repressão e resistência a traumas sexuais precoces que determinavam as neuroses. Em “Estudos sobre a histeria” (1893 – 1895), utiliza o termo “transferência” no sentido, ainda, de uma resistência; um obstáculo à análise, para evitar o acesso a restos da sexualidade infantil ainda recalcados.
Já, em “Conferências Introdutórias sobre Psicanálise – Parte III” (1915 – 1916), expõe:
“[...] a transferência, tanto positiva como negativa, enquanto age a favor da análise não devemos nos preocupar. Devemos voltar-lhe atenção quando se transforma em resistência; [...] e estarmos aptos a nos situar dentro dela, pois por sermos o seu novo ‘objeto’, estamos colocados em seu próprio centro. [...]”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREUD. S. ESB, v. II. Estudos sobre a histeria (1893 – 1895). Rio de Janeiro: Imago, 1996.
_______. ESB, v. XVI. Conferências Introdutórias sobre Psicanálise - Parte III (1915 – 1916). Rio de Janeiro: Imago, 1996.
LAPLANCHE e PONTALIS. Vocabulário da Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Sobre o autor:
Marcos Castro
Psicanalista clínico, pesquisador, professor, escritor, palestrante.
Residente em Ouro Fino - Sul de Minas Gerais. Atendimento presencial e online
Contato: Instagram - @marcos_castro_castro
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